Bate o coração na boca.
Deixa louca ou besta.
Tira o leite das pedras e Lágrimas das feras.
É a brisa que passa e deixa marca de brasa.
Um novo lugar para o sol nascer.
Uma forma sábia de saber.
Não tem conserto.
Se admira de si mesma.
Lê nos olhos e nos astros
Tem gosto de sal.
Palma áspera.
Se abre em sim.
Esconde sustos.
Fica um pouco em tudo, ainda.
Entende o que a ave diz.
Parece ter saído de alguma lembrança antiga.
Não suporta o pouco.
É frêmito efêmero.
Azula os dias.
Arranca os pensamentos.
É um fantasma que falta.
Uma mudança que dança.
Um sim pra mim.
Tem pontaria certeira.
Entre as frestas.
Longe do alvo.
É uma festa que se afasta.
Ama o raro da impossibilidade.
Nos traz de volta.
Enche a vida, a casa e a praça de azaléias.
Amamenta uma estrela.
Faz o corpo pensar.
Disputa a primavera.
Perde a cabeça.
Não pede passagem.
Medita destinos.
Junca o capim.
Mantém vivo o verão.
Produz tesão.
Espia palavras.
Leva uma vida lascada.
Quer ficar só.
É estrela guia que atropela.
Desenha templos.
Faz chover melhor.
Não se escandaliza.
Olha com outros olhos.
Viaja parada.
É única para ser muitas.
Lua de outro sol.
Reflete o estranho.
Escolta barcas.
Papa o cata vento.
Nos tira daqui.
Passa pela minha janela.
Cai em golpes.
Só vai onde pisa.
Carrega o caminho.
Teima em viver.

Alice Ruiz

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